13 janeiro, 2010

Diagnóstico


“Se um indivíduo está doente e febril, e se lhe administram um antibiótico que o põe bom, ele pensa que foi bem tratado, mas, na verdade, o caso é uma tragédia, porque o médico foi aliviado da necessidade de fazer um diagnóstico pelo fato de o paciente ter reagido bem à droga, cegamente administrada. Um diagnóstico em bases científicas é a parte mais preciosa da nossa herança médica e distingue a profissão médica dos curandeiros, dos osteopatas e de todas as outras pessoas que consultamos quando queremos obter uma cura rápida.
A questão é esta: que vemos na profissão docente, que corresponda ao diagnóstico clínico? Émuito possível que eu esteja errado, mas sou levado a afirmar que pouco vejo, no ensino, verdadeiramente equivalente ao diagnóstico deliberado dos médicos.
(...) Antes de mais nada, o que é que se fez nesse sentido? Há um método pelo qual o diagnóstico chega a todas as escolas: se há dúvida sobre a capacidade de uma criança, a tendência é livrarem-se dela, rejeitando-a ou removendo-a por pressão direta, isso pode ser bom para a escola, mas péssimo para a criança. (...)
Faço aqui a sugestão de que o ensino deva ser oficialmente baseado em um diagnóstico tão bom quanto é na prática médica. A compreensão intuitiva (da situação da criança) por parte de professores especialmente talentosos, não é suficientemente boa na profissão como um todo.”
Winnicon, T. O diagnóstico – A criança e seu mundo
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