28 dezembro, 2009

NOSSOS AGRADECIMENTOS

E, como nos diz Drummond, de tudo fica um pouco. Um pouco das trocas vividas nos nossos encontros, das leituras, dos debates, das atividades criadas, dos conhecimentos adquiridos, das características pessoais das formadoras e dos cursistas, da dedicação, do carinho, das brincadeiras nos momentos descontraídos do nosso lanchinho. Se de tudo fica um pouco, de todos fica uma imensa saudade.
Ledinalva e Luciana.

20 dezembro, 2009

15 dezembro, 2009

ALGUNS DEPOIMENTOS...

“O projeto GESTAR II veio para preencher uma lacuna deixada pelo ensino superior em Letras”
Prof. Marcus Knupp

“A língua não é algo estável, ela muda constantemente como as águas de um rio que correm por um determinado percurso e por mais parecida que sejam nunca são iguais, as águas que correm hoje ou agora jamais voltarão a correr; e para cada palavra haverá um contexto novo, o vocábulo dito agora não será igual se for repetido daqui a um segundo. O ensino da língua deveria seguir esse mesmo dinamismo, no entanto alguns docentes insistem em manter suas aulas congeladas num freezer” com atividades repetitivas e cansativas. Os encontros do GESTAR contribuíram para tornar minhas aulas mais dinâmicas e “descongeladas , as aulas passavam tão de pressa que a tarefa de ensinar tornou-se muito mais leve e tranquila. “As propostas do GESTAR me fizeram entender que o planejamento é a chave de tudo, pois com uma aula previamente planejada as atividades fluem mais, e quase sempre dão certo. Penso que, com as propostas do ‘Avançando na prática’ consegui fazer com que os alunos atribuíssem algum sentido ao ensino da Língua Portuguesa.”

Lília Alves Brito

08 dezembro, 2009

OFICINA 12 (Semana de 07 a 12 de dezembro)

TP2 - ANÁLISE LINGUÍSTICA E ANÁLISE LITERÁRIA

Os estudos dessa oficina tiveram por objetivos caracterizar as gramáticas interna, descritiva e normativa e o ensino produtivo, reflexivo e prescritivo, além de conceituar e estabelecer a diferença entre frase, período e oração. Procuramos também, identificar a arte na vida cotidiana, suas formas, características e funções.
Após os relatos do Avançando na prática, propomos o planejamento de uma atividade de interpretação e produção de texto e uma atividade  de análise linguísitica a partir  do texto OSARTA.
Cada professor realizou também uma atividade artística a partir do seu nome, a qual chamamos de arte com nome.





CONSIDERAÇÕES:

Em comparação com outros cadernos de teoria e prática (TPs), o TP2 deixa a desejar no que diz respeito a questão da análise linguística, pois parte do pressuposto de que os professores já sejam conhecedores do trabalho com a gramática a serviço do texto.Isso ficou evidente na fala dos cursistas, quando expressaram dificuldade em elaborar atividades que tivessem o texto como ponto de partida e de chegada para o trabalho com a gramática. 






LEITURA DELEITE:

O gigolô das palavras
(Luís Fernando Veríssimo)

Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa ("Culpa da revisão! Culpa da revisão !"). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.

Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover... Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.

Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.

Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda. 


AVALIAÇÃO 


Gostei muito de ter compartilhado

Estes momentos com um grupo tão

Seleto durante o ano de 2009.

Talvez não tenhamos mais a oportunidade de tão prazeroso convívio.

Ainda que os nossos caminhos sejam tão adversos e nossos fardos tão pesados,

Rezo para que cada um de nós esteja no caminho da felicidade e que

Levemos algo de frutífero deste curso

Pela estrada da vida.

Com carinho,
professor Geneci
Dez/2009